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Centro capacita crianças surdas e sociedade para a convivência

Na fase de crescimento, é comum que crianças tenham suas dúvidas, questionamentos e não entendam bem o que se passa no mundo que está em sua volta. Para uma criança com deficiência auditiva essas dificuldades são ainda maiores – afinal, um dos maiores estímulos que se pode receber, o som, não é compreendido por elas.
Na fase de crescimento, é comum que crianças tenham suas dúvidas, questionamentos e não entendam bem o que se passa no mundo que está em sua volta. Para uma criança com deficiência auditiva essas dificuldades são ainda maiores – afinal, um dos maiores estímulos que se pode receber, o som, não é compreendido por elas.
A pedagogia atual sugere que crianças surdas freqüentem as mesmas escolas que os jovens de sua idade que não possuam deficiência – mas também não exclui a necessidade de tratamentos específicos. É nesse ponto que o Centro Educacional do Deficiente Auditivo (Cedau), entidade ligada ao Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Centrinho da USP em Bauru, atua. O Cedau recebe crianças de 3 a 12 anos encaminhadas pelo Centrinho e direciona para elas uma educação complementar à que elas recebem nas escolas regulares.

Uma das primeiras iniciativas do Cedau – que também se repete para os jovens e adultos atendidos pelo NIRH – é ensinar aos seus alunos a língua brasileira de sinais (libras). “Muitos surdos criam um sistema de se comunicar por gestos com os familiares e as pessoas mais próximas. Mas o adequado é que eles saibam se comunicar com a libras, que é a linguagem reconhecida”, explica a coordenadora do Cedau, Maria José Buffa. A libras é um sistema de comunicação reconhecido oficialmente pelo governo brasileiro desde 2002.

Além do ensino de libras ao surdo, o Cedau procura qualificar professores das redes pública e privada no idioma. O centro oferece cursos para os professores que, na visão de Maria José, são essenciais para que as crianças recebam uma melhor educação nas escolas regulares. A procura pelos cursos, segundo a coordenadora, tem crescido a cada ano, o que confirma a demanda por iniciativas de inclusão na educação.

As crianças do Cedau recebem aulas que, como dito, funcionam como complemento do que aprendem na escola. Mas as atividades do Centro vão além disso: querem que a criança com deficiência auditiva esteja perfeitamente apta para vivenciar situações típicas do cotidiano, como, por exemplo, as que se desenvolvem rotineiramente numa casa.

Para tanto, o Centro dispõe da “casa caracol”: uma verdadeira representação em tamanho natural de uma casa convencional. No local, há tudo o que se encontra em uma casa comum, como banheiros, geladeira, fogão, cama e outros objetos. A idéia é que a criança – e também os pais, que participam eventualmente das atividades – saibam como lidar com situações comuns do dia a dia.

Se para um adulto o termo “inclusão social” se traduz em acesso a oportunidades de emprego, estudo, saúde e outros, talvez para as crianças o maior exemplo de inclusão seja ser aceito para brincadeiras com seus semelhantes. E o Cedau, capacitando essas crianças para o convívio com a sociedade, estimula que essa inclusão se traduza em exemplos práticos.

Maria José Buffa lembra de um evento onde o coral do Cedau foi convidado para se apresentar. “Antes da entrada dos grupos, as crianças do centro foram abordadas por outras que queriam conversar com os meninos, para conhecê-los, saber algumas expressões nas libras”, conta a coordenadora. Esse contato, segundo ela, mostra que as crianças, em geral, estão dispostas a lidarem com as diferenças. E no final do espetáculo veio o momento que, para a coordenadora, foi o mais significativo: “as pessoas foram informadas que, na linguagem dos surdos, o aplauso é feito de forma diferente, mexendo as mãos para os lados. Então, quando os meninos acabaram a apresentação, todo o ginásio os aplaudiu dessa forma. Foi muito emocionante”.

Fonte: [url=http://www.noticias.usp.br/acontece/obterNoticia?codntc=12256]www.usp.br[/url]

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