Teima impertinente; a explosão espetacular de pranto, gritos e agitação frenética das pernas (espernear) de uma criança, em resposta a uma frustração. Tais acessos de birra são naturais em crianças de dois ou três anos, e expressam agressividade, cólera, raiva e desafio. A criança desenvolve rapidamente – ou gradualmente – seu acesso de ira: grita, bate os pés, joga os braços, rola no chão, bate em quem se aproximar dela, joga objetos ao seu alcance contra as paredes, morde ou até bate com a cabeça contra paredes ou móveis. Assim, a sua birra assume proporções incontroladas e devastadoras, em contraste com as expressões normais de cólera e raiva. As birras são observadas quase rotineiramente em crianças de pais excessivamente indulgentes, supersolícitos e superprotetores. Embora se originem em desconfortos físicos que aumentam a irritabilidade da criança, as birras ou são motivadas por uma tentativa de obter satisfações e de dominar uma família que permite ser controlada por essas zangas, ou são o resultado de imitação de um dos pais ou de algum outro membro da família.
O tratamento inclui: (1) criação de um ambiente ótimo que permita saídas convencionais para a expressão de cólera, por parte dos pais e da criança; (2) correção da indulgência excessiva, complacência e solicitude excessivas e superproteção, quando tais atitudes estão presentes; (3) atenção para as formas agudas ou crônicas de desconforto, como cansaço e fome, as quais parecem precipitar os acessos de birra; (4) ajustamentos recreativos e escolares adequados; (5) correção de quaisquer ciúmes existentes no seio da família, sobretudo do pai e da mãe, em relação à criança.
A birra deve ser tratada calmamente e sem alarme. À criança deve ser oferecida uma mudança de cenário ou de atividade, a fim de lhe permitir a renúncia ao conflito sem um sentimento de completa derrota ou humilhação. Em nenhuma condição deve haver qualquer recuo ou demonstração de ceder terreno, por parte dos pais, em face da birra; o melhor procedimento é deixar a criança sozinha até se acalmar; se as birras resultarem em grande proveito para a criança, elas podem facilmente se tornar um padrão freqüente de comportamento.