Concentração de energia psíquica num dado objeto. Investimento da energia psíquica de uma pulsão numa representação mental consciente ou inconsciente, como um conceito, idéia, imagem, fantasia ou símbolo.
Do ponto de vista da localização geral da catexia, os psicanalistas referem-se a três termos: (1) Catexia do ego, quando a energia psíquica se liga à divisão consciente do ego. Daí ter surgido a expressão libido do ego ou narcisismo. Alguns usam o termo libido do eu ou auto-libido, em contraposição à libido do objeto. (2) Catexia da fantasia, quando a energia psíquica é investida em formações de desejos ou fantasias, ou às suas fontes originais no inconsciente. Tanto a catexia do ego como a catexia da fantasia estão associadas ao narcisismo primário. (3) Catexia do objeto; a expressão é empregada quando se refere à energia psíquica que está conectada com algum objeto fora do próprio sujeito, ou à representação desse objeto na mente do sujeito. A catexia do objeto é menos estável ou fixa do que as outras formas, porque está associada às manifestações do narcisismo secundário, que por sua vez, são menos duradouras do que as do gênero primário.
Quando existe uma sobrecarga de energia psíquica num objeto, diz-se que ocorre a hipercatexia; se houver subcarga, usa-se o termo hipocatexia.
Outras palavras são freqüentemente acopladas ao termo catexia: (1) para significar a qualidade da carga, adjetivos como em catexia afetiva, catexia libidinal, catexia erótica, catexia instintiva; substantivos, como em catexia de palavra, catexia de pensamento, catexia de coisa; ou (2) para expressar o grau de catexia, como em hipercatexia, hipocatexia, acatexia. A palavra catexia foi adotada pelos tradutores psicanalíticos de língua inglesa para o termo Besetzung de Freud e por ele aprovada para a Standard Edition. Os autores e tradutores de línguas neolatinas preferiram os termos investimento (Itália e Portugal), investissement (França) e carga (Espanha). No Brasil, a tradução mais divulgada nos meios psicanalíticos é catexia, por fidelidade à Standard Edition e porque o termo não tem outras implicações de significado não-analítico como ocorre com investimento.