Introdução
A depressão é um dos mais significativos problemas no mundo atual, e a sua incidência tem aumentado exponencialmente. Ela reflete o desequilíbrio não só das pessoas em si, mas também de nossa sociedade e de nosso meio ambiente. Atualmente a depressão, tornou-se comum em crianças. A depressão é uma doença séria e pode contribuir para várias alterações como o isolamento das crianças, baixo rendimento escolar, baixa auto-estima e até mesmo uso de drogas como tentativa de sentirem-se melhor. Provavelmente por estarem em desenvolvimento, não têm capacidade para compreender o que acontece internamente e, com freqüência, ela apresenta comportamentos agressivos.
Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Dentro da realidade brasileira, esse número cai para 10% segundo o psiquiatra gaúcho Salvador Célia, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de pediatria, afirma, porém, que se não houver intervenção médica, essas crianças são fortes candidatos a tornarem-se adultos depressivos pelo resto da vida (Leite, 2002). Ainda na visão de Meleiro (2000) a depressão é um dos maiores problemas de saúde do mundo. De uma forma ou outra, cerca de 17% da população tem um ou mais episódios de depressão suficientemente grave durante sua vida. Para a maioria das pessoas, esses episódios são relacionados a algum acontecimento adverso, como a morte de uma pessoa próxima, a perda de um emprego, a falta temporária de perspectivas, o sofrimento com doenças crônicas, etc. Para Jeffrey (2003) a depressão é um distúrbio cíclico, com períodos de alívio ou bem-estar alternando-se com períodos apenas de depressão ou de depressão mania. Às vezes há apenas um episodio de depressão, mas na maioria dos casos, particularmente com crianças, ocorre mais de um. A depressão pode ser considerada uma doença que vem abrangendo grande parte da população, a qual precisa aprender a conviver com este mal e procurar desenvolver mecanismos para combater os problemas gerados pela mesma. Destaca-se ainda que, a doença interfere na habilidade pessoal de trabalhar, dormir, se relacionar, comer, de gostar de atividades antes consideradas prazerosas, circunstâncias estas que não ocorrem com as pessoas que não apresentam esta doença. Existem várias pesquisas que buscam encontrar algum determinante em termos de herança genética para que uma pessoa manifeste "depressão".
O que se percebe através de pesquisas realizadas é que mesmo que exista uma predisposição genética, isto por si só não determina a ocorrência de uma crise depressiva. (Gasparini, 2000). A história do indivíduo está ligada a forma como ele se constitui e desenvolve sua maneira de ser. A pessoa que apresenta um quadro depressivo, por diferentes motivos, ao longo de sua vida aprende a não perceber seus próprios limites. Deixa de lado sua capacidade de identificar suas necessidades e sentimentos, e se perde num emaranhado de introjeções. Gasta muita energia para obter um pouco de gratificação. Na relação com o mundo o indivíduo não consegue se nutrir emocionalmente de maneira adequada, o que leva gradativamente a uma falta de sentido na relação com o meio externo (Marcelo, 2005). É importante ressaltar ainda que pessoas gravemente deprimidas podem tirar a própria vida. Enquanto a maior parte delas guarda os seus pensamentos consigo mesma até cometerem o ato, outras, na verdade, realmente falam sobre eles com amigos e familiares. Parentes e amigos precisam levar as ameaças de suicídio a sério, e não vê-las como meros subterfúgios para chamar a atenção.
Referências
BALLONE, G. J Dificuldades de aprendizagem ou dificuldades de escolares. Disponível in:
http: //www.psiqwed.med.br/infantil/aprendiza.html, 2005.
CÂNDIDA, T. O drama da depressão infantil. Disponível in: http://saude.terra.com.br/interna/0,OI124091-EI1507,00.html, 2005.
CASS, H. Erva de São João: o antidepressivo natural. Tradução: Renata Cordeiro. São Paulo: Madras, 1999.
GASPARINI, S. R. Depressão, gênero feminino. São Paulo: Ática, 2000.
JEFFREY, A. M. Depressão infantil. São Paulo: M. Book do Brasil, 2003.
LEITE, E. P. Depressão infantil. Publicado em 19 de fevereiro de 2002. Disponível in: http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=43.
MARCELO, Márcia. Depressão. Disponível in: http://www.marcelomarcia.na-web.net/depressaoCorpo.html, 2005.
MELEIRO, C. J. Depressão humana. Disponível in: www.medic.com.br, 2000.