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Dicionário

AZAM, Charles-Marie-Étienne-Eugène (1822-1899)

Filho de um cirurgião de Bordeaux, onde nasceu a 28 de maio de 1822, Azam terminou seus estudos de medicina em Paris e defen­deu sua tese em 1848. Voltando à cidade natal, exerceu a cirurgia, tornou-se professor de clínica cirúrgica, e também, a partir de 1855, médico-adjunto no Asilo de Mulheres Alienadas, o que satisfazia o seu gosto pelo estudo do psiquismo, pois, paradoxalmente, seriam os seus trabalhos relativos ao hipno­tismo e à patologia mental que fariam o re­nome desse cirurgião.

Em 1858, tratou de uma jovem paciente de 17 anos, Felida, que apresentava crises totalmente amnésicas, durante as quais se com­portava como se houvesse nela uma "per­sonalidade segunda que contrastava estra­nhamente com o seu personagem habitual". Azam seguiu, durante anos, a evolução de Felida; publicou em diversas revistas a obser­vação detalhada do caso, criando o termo "desdobramento da personalidade".

Esse fato o levou a interessar-se pelo hipno­tismo. Tomou conhecimento da obra de Braid, Neuroipnologia, tentou aplicar esse método à anestesia cirúrgica e chamou a atenção do seu amigo e concidadão Paul Broca. Este dedicou ao assunto uma comu­nicação lida por Velpeau na Academia de Ciências, em dezembro de 1859.

Em 1887, Azam fez a síntese de trinta anos de pesquisa em uma obra com prefácio de Charcot: Hipnotismo, dupla consciência e alterações da personalidade, título que re­sume as preocupações desse cirurgião que "teve a coragem de estudar essas questões no momento em que elas eram atingidas pela reprovação universal", como escreveu Char­cot em seu prefácio.

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