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A influência da televisão na vida das pessoas

Observa-se que o momento atual tem sido chamado de era das comunicações, da informação, já que o avanço tecnológico e o crescimento do acesso aos veículos de comunicação social trouxeram inúmeras implicações para o ser social. No Brasil, um país em desenvolvimento, onde a exclusão social, caracterizada pelo não-acesso a fatores de qualidade de vida (como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, etc.), a TV é o veículo de comunicação social mais acessível, mais presente, assumindo um importante papel na vida cotidiana.

Observemos que, estando acessível a milhares de pessoas ao mesmo tempo, esse veículo de comunicação, forma, ainda, multiplicadores de sua realidade ideologicamente montada, envolvendo, assim, todo o corpo social (SILVA, 2004).Matos et al (sd) afirma que progressivamente a televisão tem alargado a sua influência sendo evidente que, em quase todas as partes do mundo, a televisão se tornou parte integrante da vida cotidiana de todos, coisa que nenhuma outra instituição cultural foi capaz de, no decorrer da sua evolução e generalização atuar dentro da família, durante muitas horas por todos os dias, a televisão tornou-se um membro permanente na vida familiar. Silva (2004) complementa essa idéia colocando que o acesso aos meios de comunicação (principalmente a TV) cresceu tanto e com tanta força que, pode-se dizer, divide largo espaço, na formação dos sujeitos, com a família e a escola. As mensagens, tão ideologicamente montadas pela mídia e veiculadas através da comunicação social, tomam o corpo social, configurando, assim, um processo de alienação, freqüentemente, encontramos pessoas que estão bem informadas sobre “a guerra no Iraque”, mas desconhecem fatos de relevância que ocorreram em seus bairros ou cidades. O fato distante parece ser mais interessante, é até mais “acessível” do que aquele que ocorre próximo

O corpo, palco de imagens reais e porque não ideais, tenta ao longo de toda a vida ser uma representação concreta daquilo que julga ser coerente e palpável. É remodelado de acordo com as exigências impostas pela vigência social de cada época. A produção de corpos belos é imperativa, pois o que seria de nós caso não tivéssemos a beleza expressada em detalhes corporais sutis e inerentes à vida cotidiana (BARROS et al, 2005). Os meios de comunicação de massa tendem a atrelar toda realização humana ao dinheiro e ao status (SILVA, 2004).O ser humano, sendo um ser relacional, sente necessidade de comunicar-se, de receber e enviar mensagens, sendo que as mensagens captadas pelo sujeito interferem na sua conduta. Os meios de comunicação que detêm poderes de manipulação e alienação das massas sugerem produtos e maneiras de agir, tanto de forma direta como indireta. Na publicidade sempre nos deparamos com um estilo de vida ideal, um modelo perfeito de ser e de viver que sutilmente o expectador pode adquirir, desde que compre a marca x. As pessoas comentam que os programas de TV e as novelas chegam a mudar hábitos e a alterar a comunicação entre os membros da família (SILVA, 2004). Schilder (1999) apud Barros et al (2005) coloca que qualquer objeto (inclusive as roupas) que se conecte ao corpo passa a incorporar-se a ele. Qualquer roupa vestida torna-se parte da imagem corporal, ou seja, a mulher ao vestir uma roupa escolhe, mesmo que inconsciente, a postura a qual estará usando.

As roupas dão a ilusão de um poder mágico de supremacia e liberdade de expressão, com isso as utiliza como máscaras plásticas maleáveis capazes de modificar a imagem corporal.Bens simbólicos são consumidos principalmente através dos meios de comunicação de massa, tudo é fabricado em série e montado na base de algumas receitas de êxito rápido. Os processos psicológicos envolvidos são, em geral, os de apelo imediato inibindo a elaboração de pensamento crítico o ideal de ser e de viver, são os modelos inalcançáveis, distantes, que ganham destaque e importância, provocando um constante desenraizamento do sujeito (SILVA, 2004). A necessidade de uma constante atualização corpórea transforma o corpo em objeto de desejo. Ideal seria se nos contentássemos em apenas ser, sem o desejo de ter corpos imaginativos e ideais (BARROS et al, 2005).

Referências:

BARROS, et al. Imagem corporal da mulher: a busca de um corpo ideal. Revista Digital EFDeportes. Buenos Aires. Ano 10. Nº.87 Setembro 2005.
Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd87/mulher.htm Acesso em:20 mar. 2007
 
MATOS, Armanda; et al. Escala de Avaliação da Relação Pais-Filhos: Construção e Procedimentos de Validação. Trabalho realizado com o apoio do Centro de Psicopedagogia da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Sd
Disponível em: http://www.fedap.es/congreso_santiago/trabajos/c129/c129.htm acesso em: 20 mar. 2007
 
SILVA, Janaila. A influência dos meios de comunicação social na problemática da escolha profissional: o que isso suscita à Psicologia no campo da orientação vocacional/profissional?Psicologia: ciência e profissão. v.24 n.4 Brasília dez. 2004
Disponível em: http://scielo.bvs-psi.org.br/pdf/pcp/v24n4/v24n4a08.pdf  acesso em:20 mar.2007

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