A lei de 18 de junho de 1850, reorganizando o status dos alienados, inaugurou na Bélgica uma era nova. Foi nesse contexto que, em 1856, por recomendação de Joseph Guislain, BuIckens chegou a Gheel como médico-inspetor a fim de fazer reformas. Depois de criar uma enfermaria para os doentes cujo estado necessitava de cuidados médicos, lançou em 1859 as bases de uma repartição essencialmente pragmática dos pensionistas. Ele os separou em "internos", limpos e pacíficos, abrigados no próprio centro da aldeia, e em "externos", cuja repartição centrífuga ia dos mais disciplinados aos mais turbulentos, estes exilados "nos pântanos de Winkelom", na periferia da aglomeração.
O Boletim da Sociedade de Medicina Mental da Bélgica prestaria homenagem "ao brilho das felizes e numerosas reformas de BuIckens" no "admirável asilo de Gheel, com seus mantenedores honestos, religiosos e devotados", a tal ponto que, para o estrangeiro de passagem, parecia que "não havia mais alienados" na colônia. Essa visão da "setorização" talvez não esteja completamente ausente de certas orientações que se pretendem muito atuais.