Fenomenologia antropológica é a busca do significado que se acha por trás das experiências subjetivas do enfermo, tais como são vivenciadas e comunicadas, vale dizer, da estrutura antropológIca fundamental oculta na raiz dos citados acontecimentos mórbidos, vindos então à superfície e tornados passíveis de observação e descrição. A primeira dessas tentativas se conhece como:
(a) Fenomenologia construtivo-genética de von Gebsattel.
Sua posição metodológica situa-se na interseção das concepções de Husserl e Heidegger. É um fenomenólogo "puro", e seu método consiste na utilização da visão das essências, Wesenschau, para a apreensão das relações genéticas interiores, através do plano vivencial imediato, isto é, dos sintomas clínicos, sômato e psicogênicos, plano de que parte à busca de sua unidade ontológica primordial, com o que aspira a penetrar a substância mesma da realidade psíquica do Homem.
(b) Fenomenologia estrutural de E. Minkowski.
Há uma inegável convergência de princípios e resultados nas orientações de von Gebsattel e Minkowski, a que chegaram quase simultaneamente, e trabalhando ambos com autonomia, sem interferências mútuas. Minkowski inspirando-se inicialmente em Bergson, cujo Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, representou importante papel em sua formação, Minkowski aproximou-se, pouco depois, de Scheler, e através deste de Husserl, acercando-se, por fim, de Jaspers, influências estas que irá conservar, e tentar harmonizar, com independência, em sua obra.